quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Porto do Açu: uma desapropriação e muitas perguntas

Na desapropriação realizada hoje das terras do falecido senhor José Irineu Toledo duas questões  saltaram aos meus olhos.

Mas vamos ver por imagem. A primeira questão é o escrito na placa que foi instalada na propriedade do Sr. José Irineu mesmo antes que improvisada captura do rebanho bovino da família fosse completada (aliás, qual será a fonte de tamanha urgência?).


Como se vê na imagem, a placa diz "Propriedade Privada da CODIN".  Além disso, não aparece mais o sabidamente inviável "futuras instalações da siderúrgica" para outra possibilidade de difícil realização "futuras instalações do distrito industrial de São João da Barra". 


Como assim, propriedade privada da CODIN? A CODIN não é um órgão público? Assim, como pode um órgão público ser detentor privado de um bem público?  Isso está parecendo mais uma confissão subliminar de que é o real "proprietário privado" das terras da família do Sr. José Irineu Toledo.

Além disso, qual distrito industrial de São João da Barra? Até onde a própria CODIN admite, a criação desse suposto distrito industrial se dará no ainda distante ano de 2030.  O pior é que neste momento até os parceiros do Grupo EBX estão tendo perdas econômicas consideráveis em outras partes do Brasil por causa do fracasso do megaempreendimento do Açu.

A segunda coisa que apareceu e que também clama por respostas foi a presença de dois profissionais que filmavam quem se aproximava da ação que estava sendo realizada.  Vejamos a imagem abaixo:


O profissional que porta a câmera chegou a apontá-la no meu sentido após eu fazer uma série de observações para a oficial de justiça que executava o mandado de imissão de posse, quando pude então mandar o "meu recado" para os seus patrões, sejam eles quem forem. Aliás, quem são os patrões desse profissional? São patrões públicos ou privados, ou está tudo junto e misturado? Bom, se placa da CODIN for indicativa de algo, a resposta parece mais do que óbvia. 

Agora, é importante observar que os agricultores do Açu não estão se sentindo derrotados ou desanimados. O que eles estão é indignados com a forma desrespeitosa com que estão sendo tratados pelo (des) governo de Sérgio Cabral. E seria para ser diferente?