sábado, 16 de julho de 2011

Testemunha de assassinato de sem terra é ameaçada no Paraná


Uma das principais testemunhas do assassinato de Eduardo Anghinoni recebeu uma ligação anônima para ameaçá-lo. A ligação aconteceu no dia 28 de junho, e “aconselhava” a testemunha a não comparecer ao júri a fim de “garantir sua integridade física”.

O júri acontecerá no dia 27 de julho, após 13 anos do assassinato. Eduardo foi morto por engano, em Querência do Norte, quando visita seu irmão, Celso, uma das principais lideranças do MST no Paraná. O acusado do crime é Jair Fermino Borracha, que chegou a ser preso durante as investigações do caso. No momento de sua prisão, Borracha empunhava uma arma contra os policiais e um exame de balística comprovou que desta arma saíram os tiros que mataram o Eduardo.

Para os advogados que trabalham na acusação do assassino, o telefonema foi uma clara intimidação para impedir a realização do júri. A denúncia do fato foi encaminhada a diversos órgãos públicos. Também foi realizado um pedido de prisão preventiva para Jair Fermino Borracha, a fim de que o andamento do júri não seja prejudicado.

A época do assassinato foi um período de intensos conflitos no campo, onde se formou uma vasta rede entre fazendeiros, políticos locais e milícias privadas, contratadas para fazerem despejos ilegais, ameaças e, ao que tudo indica, assassinatos encomendados. Entre 1994 a 2002, o Paraná teve seis trabalhadores sem terra assassinados, 47 ameaças de morte e 324 feridos em 134 ações de despejo.